Uma série dos
episódios mais famosos trata do “sumiço” de personagens muito conhecidos
nossos. Vou tentar ser mais fiel possível aos fatos... Se bem que uma
dramatizada vai muito bem com a nossa cara. E como sou uma “Morais” da gema, eu
posso.
Devia ser o
ano de 1962 ou 1963. Meu pai e minha mãe estavam casadinhos de novo e moravam
em um delicioso barracão na Gameleira. Devia ser uma tarde de sábado bem calma
quando chegam ao portão Dona Pilar, Nicinha e Nezita (tenho quase certeza...).
Pelas caras das três meu pai falou com minha mãe:
- Zezé, acho que morreu alguém...
Minha mãe aflita foi ter com as três e voltou apavorada
para meu pai:
- Marco Aurélio sumiu!!!!
Todas ficaram desesperadas. Meu pai, mais centrado, mais
calmo (porque ele, obviamente não é Morais e Morais nestas horas é dramático!),
tenta ponderar:
- Que isso Dona Pilar! Marco Aurélio está por aí, deve
ter brigado com a namorada, deve estar no sítio.
Minha avó já chorando....
- Impossível!!!! Desde ontem à noite que ele não aparece;
no sítio ele não está porque senão ele tinha me avisado... Aconteceu alguma
coisa... Ai meu Deus!!!
E, foi aquele chororô das quatro. Meu pai,muito cabreiro,
ficou calado.
Decidiram
então que logo iriam para o Calafate na casa mãe. Quando meu pai e minha mãe
subiram a rua da praça e avistaram a casa, bom, a casa estava apinhada de gente
saindo e entrando, uma balbúrdia digna de catástrofes. Meu pai jura que ficou
com muita vergonha por ter que participar desta cena, mas casado de novo não
podia argumentar muito. Resolveram juntar forças tarefas, todos procurando
Marco Aurélio em tudo o que é lugar. E pro mais que procurassem Marco Aurélio não
aparecia. No sítio não precisava ir, pois vovó tinha certeza de que ele não
estava lá. Até na Medicina Legal foram... E nada de achar Marco Aurélio. Depois
de muito choro, muito desespero, muito blá, blá, blá meu pai deu a idéia de
irem ao sítio só para desencargo de consciência. Resolveram ir, pois não tinham
mais nada a perder. Ao chegarem ao sítio avistaram um rapaz com uma garrafa da
“marvada” na mão totalmente embriagado olhando abestalhado para eles e...
- Rê...rê, rê, rê, rê, rê..... Briguei com a Ivone...
Tudo
resolvido, Marco Aurélio, o “bendit-é-u-fruto” de cinco filhas estava de volta
para casa são e salvo.
Os anos se
passaram e aí já devia ser 1979 ou 1980. Estávamos morando no Alípio de Melo
quando o telefone toca de madrugada. Como não tínhamos extensão o telefone
ficava na copa. Minha mãe na mesma hora cutuca meu pai.
- Vai lá atender Blair, deve ter morrido alguém; telefone
tocando nesta hora só pode ser isso.
Meu pai vai atender ao telefone e escuta minha avó. Pacientemente
vira para minha mãe (que a esta altura já estava ao seu lado) depois de escutar
a primeira fala de minha avó e diz:
- M a r c o A u r
é l i o sumiu de novo!
A explicação de minha avó era que Tio Marco e Tia Nina
tinham deixado o Marquinhos com o Sr. Paulo (pai da tia Nina) de tarde e não
tinham voltado até aquela hora. Meu pai pacientemente tentou argumentar:
- Que isso D. Pilar, Marco Aurélio deve ter ido à um
motel com a Nina!
Ao que minha avó na mesma hora retrucou:
- Marco Aurélio não faz estas coisas! Aconteceu alguma
coisa com os dois.
Bom, não precisa nem dizer que ninguém mais dormiu lá em
casa. De 30 em 30 min. era telefonema de cá para lá, de lá para cá:
- Apareceu? Tem alguma notícia?
- Não! Nada ainda!
E o Marquinhos,
muito novinho ainda, devia estar aos prantos, pois me lembro bem que ele não
gostava de ficar com ninguém.
Amanheceu o
dia e nada do Tio Marco Aurélio aparecer... Acho que foi lá pelas 10h da manhã
que chegaram; ele e tia Nina com um sorriso no rosto e transbordando
felicidade.
- Mas o que aconteceu com vocês? Onde vocês estavam?
- Uai a gente tava no motel.
Meu avô era daqueles caras que achava que homem
ser machista era pouco. Na hora não falou nada porque não conseguia, mas no dia
seguinte chamou o Tio Marco Aurélio para uma conversa séria no escritório. Reza
a lenda que o aconselhou muito falando que motel era para as outras não para
levar a esposa.
Que eu me
lembre Tio Marco Aurélio parou com essas coisas de sumir; pelo menos eu nunca
mais tive notícia de mais um episódio seu.
Já Tia Regina
vira e mexe apronta das suas. Parece que estes genes de sumiço foram para os
dois últimos irmãos.
Tudo começou
com o namoro proibido com Tio Carlos. Meu avô não queria de jeito nenhum e uma
bela tarde de um dia de semana qualquer Tia Regina foi vista andando a esmo
pela Av. Augusto de Lima. Pelo jeito que ela estava parecia que ia fugir de
casa. Tio William, que não é Morais, foi quem viu. Segundo ele, ela estava toda
descabelada, mas temos que dar aí um desconto, pois Tio William também é muito
exagerado. Ela jura que não, mas... O certo é que o casório aconteceu, não sei
se por causa deste sumiço, mas que deve ter contribuído lá isso deve.
De lá para cá, Tia Regina deve ter dado esses sumiços
umas 10 vezes ou mais. É só ter uma briguinha com o Tio Carlos que ela some. No
início todos ficavam muito preocupados mas agora achamos meio normal. Quase
fazemos aposta para descobrir em qual casa ela está escondida e quanto tempo
vai durar o sumiço. Agora mesmo enquanto escrevo estas linhas Tia Regina está
em um de seus sumiços. Eu já descobri em qual casa ela está, mas não conto para
ninguém. Na minha opinião esta é uma forma dela apimentar a relação. E olha que
dá certo. Pois sempre eles voltam e ficam muito felizes até todos se
perguntarem novamente: Onde será que a Regina se meteu desta vez?
kkkkk hilário tudo isto ...
ResponderExcluirGostou? Tudo verídico. Este da foto com papai noel é o tio Marco com o Marquinhos no colo.
ExcluirGenteeeeeee ninguém mais vai comentar nada não??????
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAdoreeei... A parte que você diz "Morais nestas horas é dramático!" é a mais pura verdade.. Você que o diga né dona Ivana Morais... hahahahahahahaha....
ResponderExcluirAguardem que vem mais texto. Estou me lembrando de muitos casos... Vocês vão delirarrrrrrrrrr111
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